As mais marcantes lembranças que tenho da minha infância são aquelas
voltadas as coisas mais simples. Não lembro de ter tido brinquedos caros, mas
lembro sim das brincadeiras de roda com os amiguinhos na vizinhança. Bincar
de esconde-esconde, taco, peteca e
elástico era mesmo divertido! Meninos e meninas juntos, sem preconceito, sem
maldade, todo mundo era amigo de todo mundo.
Ah, bons tempos aqueles quando os
vizinhos pegavam seus banquinhos e sentavam em frente das casas jogando
conversa fora por horas. Vida boa era essa!
Eu lamento
ao pensar que as crinças de hoje não desfrutam e nem desfrutarão de
experiências como estas que a minha geração desfrutou. As crianças atualmente
tem seus celulares, Ipads e tudo mais com tecnologia. Brincam seus jogos eletrônicos
sozinhas e até preferem conversas virtuais que as face a face. Embora tanta
tecnologia nos traga um mundo vasto de informções e entretenimento, e sejam
muito fascinantes em certos momentos, me pergunto muitas vezes se realmente
estamos evoluindo.
O mundo moderno tem muito a nos
oferecer, eu sei. Tanta tecnologia a disposição a qualquer hora! E o
interessante é que nós somos adaptáveis a ele. Nos adaptamos até muito rápido.
Para mim é fascinante poder usar um celular com tantas funções. Embora eu seja
terrível para encontrar endereços, eu nunca fico perdida(ou quase nunca) porque
o GPS me informa as direções que devo ir.
Se preciso de qualquer informação, vou rapidinho no google e lá está o
que eu procurava. Milhares de livros num pequeno aparelho, todas as minhas
músicas preferidas num pequeno aparelho eletrônico. E o que mais me deixa
maravilhada é poder ver os meus pais, e conversar com eles mesmo estando em
lugares diferentes. Aí eles acompanham o crescimento do meu filho pelo skype,
msn ou qualquer outro recurso online que está disponível. É muito bom poder
manter contato com as pessoas que tanto amo, mas que moram no Japão, Alemanha,
França, Brasil e pelo mundo a fora e ainda podemos sentir-nos pertinhos um do
outro com essas conversas virtuais. Mas sabe onde eu realmente quero chegar? APARELHOS
ELETRÔNICOS NÃO DEVEM SUBSTITUIR PESSOAS!!!!!!!
Mas sim, vejo que toda essa tecnologia aí para explorarmos diariamente
estão substituindo pessoas. Querem um exemplo?
Aqui onde moro não há transporte público, todo mundo dirige seu próprio
veículo. Mas onde trabalho é um lugar gigantesco e para visitarmos os
diferentes setores temos alguns microônibus que circulam pela empresa. Havia um
grupo de 6 pessoas a espera deste ônibus. O máximo que falaram um para o outro
foi um “OI” e aí todos voltaram suas
atenções para os seus Iphones. Ninguem conversou com ninguém. E foi aí que
pensei, caramba, ninguém mais conversa com ninguém? É claro, um iphone tem
muito mais informações interessantes a se buscar do que uma pessoa, não é?
Certo dia, num fim de tarde, Ben, Daví e eu estávamos sentados juntos na
sala de casa. O que é algo um tanto raro devido nossa rotina de trabalho. Nós
três tínhamos tido um dia longo e parecia que só queríamos descansar e fazer
nada. Aí eu fiquei pesquisando algumas coisas no meu computador, Ben estava
jogando no computador dele, e Daví estava brincando com o meu celular. Típica
cena da família moderna,né. Eu parei de fazer o que eu fazia, olhei ao nosso
redor, e pensei que isso não estava certo. Eu não quero minha família nesse
padrão moderno familiar! De verdade, eu odeio isso. Prefiro que conversemos uns
com os outros ou façamos algo juntos do que simplesmente estarmos juntos. Então
lembrei que alguém no meu trabalho falou que quando ela e o marido chegam em
casa do trabalho, eles desligam o celular, não ligam o computador ou TV e vão
preparar o jantar juntos e perguntam um ao outro a aos filhos como foi o dia, o
que aprenderam, e passam o restante da noite juntos. É isso o que eu quero para
minha família. O que é um grande desafio, eu sei.
Eu gosto muito de receber mensagens no celular, email ou nas redes
sociais, mas ainda sinto falta das cartinhas que até uns quatro anos atrás eu
recebia e enviava aos amigos com frequência.
Eu gosto muito das risadinhas virtuais que fazemos no teclado do
computador,ou do LOL(Laugh out and loud- traduzinho Gargalhada) que digitamos
quando falamos algo engraçado, mas de verdade eu ainda prefiro ouvir um risada
de verdade. Saudade das gargalhadas engraçadas e esquisitas das minhas amigas.
Se elas lerem isso vão saber que falo delas. Eu prefiro as conversas face a
face, ouvindo a voz, sentindo o abraço, o cheiro, as feições no rosto, sentindo
a emoção. Prefiro as caminhadas ao ar livre do que fazer uma caminhada na
esteira na sala. Eu prefiro ler o livro virando as páginas. Escrever no papel
sem usar siglas, ou seja lá como se fala para essas abreviações que digitamos.
Eu prefiro pessoas de verdade!
Somos abençoados por vivermos numa época com tantas informações , com
tanta tecnologia que avança cada dia e facilita nossas tarefas, que torna
eficaz nosso trabalho e nos aproxima de quem está literalmente a uma longa
dintância, mas devemos ser sábios para que elas não nos afastem de quem
realmente está pertinho. Lembremos que um aparelho eletrônico não é mais
importante que nossos filhos, cônjuges, familiares, amigos ou até um
desconhecido (que perdemos a oportunidade de conhecer por focalizarmos nossa
atenção ao nosso celular moderno). Precisamos analizar se nossas prioridades
estão na ordem certa!
Por favor, veja o video em anexo e dê uma boa risada:)
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